domingo, 2 de dezembro de 2012

Adeus a Sérgio Miranda

Esta semana perdi um grande amigo, o ex-deputado Sérgio Miranda. Digo que era um grande amigo, não por termos uma estreita relação, mas sim pelo imenso ser humano que ele o era.
O conheci em Minas, quando morava na região do Triângulo Mineiro.
Me impressionei pela sua capacidade e também pela sua extrema simplicidade. Não imaginava que houvesse um deputado federal que se dispusesse a ir a um encontro no centro de Uberaba de ônibus.
Pois bem, havia.
O jeito bem humorado conjugado com a capacidade de análise política ímpar eram a sua face mais visível.
Mas ele era muito grande, e dentro de si, havia espaço para a humildade, o bom humor, a simplicidade, a capacidade política e também para uma avassaladora coragem.
Tive a chance de conviver com ele no Congresso, onde o vi enfrentar as grandes batalhas do parlamento, e também as suas grandes dúvidas.
Ele me dizia "não adianta ficarmos protegidos, quentinhos, no útero de nossos dogmas, é preciso viver o frio e a penúria das nossas dúvidas para sabermos se estamos na direção certa".
Fui testemunha da sua saída do partido, após 43 anos de militância. Ouvi suas opiniões, e vi sua angústia.
Não concordei com sua mudança, mas não houve rompimento. Aliás, as fortes manifestações após sua morte são a prova mais contundente de que não houve rompimento nem recuo das posições em defesa do Brasil e do nosso povo.
O Brasil perdeu um quadro político raro. Inteligente, sagaz, bem humorado, simples e preparado e eu perdi um grande amigo.

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