domingo, 24 de março de 2013

Empolgações

Ando sumido deste espaço, pois desde o final do ano passado tenho me dedicado de corpo e alma à tarefa de aprender e contribuir com a FM Cultura/TVE aqui do Rio Grande do Sul.
É tudo muito empolgante. Os 10 anos que passei sendo assessor de imprensa no Congresso me trouxeram inúmeras experiências, alegrias, tristezas, novidades e decepções.
Mas a vivência aqui, tem me motivado demais. O debate sobre a comunicação pública em Brasília é sempre distante e mesclado de academicismos e um certo misticismo.
Misticismo de que apenas nossa participação na mídia, tornaria-a melhor e mais influente na vida cotidiana dos brasiliros.
Pois bem, na vida real o cotidiano é outra coisa.
Me deparei com as já esperadas dificuldades estruturais, decorrentes de anos de descaso pelos governos conservadores.
Sua ligação umbilical com a grande mídia, faz como primeira vítima a comunicação pública. É assim por todo o país.
Mas também me deparei com outras facetas, que nem imaginava.
A primeira e mais marcante é o conservadorismo latente ou explícito em jornalistas recém formados.
Isso é sério. Não sei o que se anda debatendo nas faculdades de jornalismo pelo Brasil afora. Mas me choquei ao ver jovens empolgadíssimos com posturas contra os movimentos sociais, contra manifestações, contra o governo e a "esquerda".
Nem os jornalistas dos grandes veículos que cobrem o Congresso são tão conservadores. São pequenos "Merval"s e "Kamel"s esperando sua vez de brilhar contra a "corrupção".
É uma completa subversão de minhas ilusões de estudante, onde os editores eram conservadores e nós, os repórteres avançados e progressistas.
Mas nada como a vida real para desmistificar e desmontar ilusões.
Mas nem tudo são espinhos.
Tenho tido a oportunidade de acompanhar a integração entre comunicação e redes sociais. Esta tem sido uma grata surpresa, pois a conjugação destes dois meios, é muito mais profícua na comunicação pública.
Por inúmeros motivos, mas um dos mais importantes é a amarra que o comercial traz para a grande mídia.
Eles tem na publicidade seu esteio principal, e a divulgação de conteúdos é suportada por este esteio.
Pois bem, a divulgação nas redes também prescinde disso.
Em poucas palavras, sem anunciantes, os conteúdos são meio mancos.
A comunicação pública pode ir além. E mais que isso, pode beber do caldeirão democrático das redes.
Prometo me estender mais neste assunto em breve. Mas por hoje, fica aqui minha pequena introdução ao mundo real da comunicação pública.

Nenhum comentário:

Postar um comentário