segunda-feira, 22 de junho de 2009

Irã

É preciso analisar com muita atenção a crise no Irã.
A visão maniqueísta de que Ahmadinejad é o mal, e o opositor Mousavi é a salvação da lavoura serve a muitos propósitos, mas não ajuda nada quem quer entender o atual momento iraniano.

A oposição não busca a consolidação de outro regime diferente da atual teocracia.
Na visão de outros analistas, o atual governo percorreu todo o país, e é muito bem visto pelo interior, já a oposição tem um viés mais próximo da classe média de Teerã.

Quem está sufocando a oposição é a Europa, que com um apoio ostensivo principalmente dos governos de direita da França e Alemanha, está tirando a disputa do campo doméstico e levando para a geopolítica mundial.
Quem agradece é o atual presidente.

2 comentários:

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  2. muito legal, Gustavo! qualquer dos candidatos apóiam o regime são conservadores e ortodoxos. Lembrar que é bem votado na periferia é suficiente pra dizer que o Ahamadinejad é "o candidato da esquerda"? Acho que não! (até pq ele apóia o então aiatolá, então ele é 'situação') E nem é tão válido dizer que o opositor mais votado é "o candidato da direita européia", pois se um poste candidatasse contra o Ahmadnejad a direita apoiaria o poste.. Não existe mais o conceito cristalino de direita e esquerda da revolução francesa, à esquerda e à direita do rei.. quanto mais quando tratando de um país oriental com todas as suas especificidades culturais.. Não há como julgar o processo histórico no Irã com a lógica linear do ocidente. Pra mim o que mais me impressiona nesta eleição do Irã, não é nada do Irã, mas: o despreparo da imprensa ocidental que julga conforme os preconceituosos valores europeus..

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