segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

As impressionantes mulheres ricas

Eu não tenho nenhum amigo ou pessoa próxima que possa ser considerada rica. Conheço uns poucos remediados, e um ou outro que se acha, mas ninguém rico de verdade.
Talvez por isso eu tenha ficado tão chocado ao ver o show de horrores chamado "Mulheres Ricas" nesta segunda-feira.
Nas imagens produzidas nas revistas de celebridades, sempre presentes nas recepções de médicos e dentistas, os ricos ficam protegidos de suas palavras e ações graças às frases construídas pelas assessorias de imprensa e pelo photoshop.
Já tinha visto um pouco do que pensa este parco grupo de seres humanos, no inacreditável vídeo das senhoras paulistanas que se revoltavam contra o MST, os estudantes da USP, a corrupção e outras coisas no final do ano passado.
Também imaginava que programas como "O Aprendiz", que transpiram a filosofia barata de gerente de vendas e que pautam as cabeças dos aspirantes a rico, pudessem me preparar para o que vi.
Vã ilusão.
Nunca imaginei que a futilidade, a estupidez, a arrogância, pudessem vir embaladas em tanta estultice.
As ditas mulheres ricas ultrapassam em muito as barreiras do ridículo.
Uma senhora que se confunde com um personagem criado em sua mente e materializado numa boneca é um caso ímpar.
Outra que pronuncia palavras num inglês ininteligível, acompanhada de sua amiga a exaltar as características do champagne, "que não incha o rosto".
E para completar o espetáculo, um simulacro de ser humano que justifica suas compras "para gerar emprego para gente pobre".
Essa "gente branca" é a face mais real do pesadelo social em que vivemos.
Certamente não foi essa a intenção, mas uma hora deste programa arregimentou mais gente revoltada que centenas de horas de programas eleitorais.
Rolei de rir com as piadas que surgiram no twitter sobre o programa. nem vou citá-las, pois foram tantas e tão boas que esquecer alguma é uma injustiça.
Posso dizer, que como velho comunista, muitas vezes nos perdemos na luta e deixamos de olhar na direção do Brasil que queremos construir.
Graças a Band, vou dormir tendo viva em minha mente o Brasil que quero: um Brasil sem "Mulheres Ricas".
Valeu Band.

8 comentários:

  1. Risíveis essas mulheres, concordo com vc que serve a nos alertar sobre o país que queremos construir e o tamanho dos nossos desafios diante da influência desse povo nos escalões do poder.Valeu pelo txt!

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  2. Esse programa foi extremamente patético , educação e elegância são para poucas e estas senhoras ( com exceção de Débora que parece a mais centrada) passam bem longe.

    Shagrat al Durr , Bsb - 03.01.2012

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  3. Voçê diz valeu band eu digo valeu mgustavo.Porque muitas das vezes me senti tão menor meio a esse mindo net. achando que a unica pobre era eu. Abração Suelu.

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  4. Esse programa foi um açoite a nossa inteligencia, a quem usa um pouco o cérebro, a quem se preocupa com justiça social, a quem luta diariamente duro para poder (sobre)viver nesta injustiça total do mundo (Brasil),é um açoite às crianças que morrem de fome diariamente sem ter uma migalha daquela comida que a madame desprezou pois a miga não come carne....Gu não sou comunista, mas aquilo é revoltante, aquilo é indignante, para um país onde muitos ainda morrem de fome e miséria DIARIAMENTE! AMEI TEUS COMENTARIOS.BJOS.

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  5. Pobre dessa gente que privilegia o TER em detrimento do SER... Eu assisti 5 minutos de programa e já foi suficiente pra me sentir rica, muito mais do que elas!

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  6. "Tem gente que é tão pobre que só tem dinheiro." Pelo visto, trata-se de indigência mental prioritariamente. E quem tem essa doença, não pode ser considerado rico. A não ser as próprias, em função da prórpia doença, que as impede de ter consciência do fato.

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