segunda-feira, 23 de maio de 2011

Milão pode virar 'cidade islâmica' com esquerda no governo, diz Berlusconi

O primeiro-ministro da Itália, Silvio Berlusconi, afirmou nesta segunda-feira (23/05) que, caso a esquerda vença o segundo turno das eleições regionais, que ocorrerá no próximo fim de semana, Milão pode se tornar uma cidade "islâmica", "cigana" e assediada por "estrangeiros".

"Milão não pode se tornar uma cidade islâmica, uma cidade cigana cheia de campos rom [etnia romena] e assediada pelos estrangeiros aos quais a esquerda dá o direito de voto", protestou o premiê em seu site, no qual pediu votos para seu partido, o Povo da Liberdade (PDL).

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Ele pediu às pessoas que não deixassem de votar nos próximos dias 29 e 30 de maio, quando ocorrerá o segundo turno dos pleitos regionais, afirmando que "não queremos entregar Milão a uma esquerda autoritária e clientelista".

No primeiro turno, a candidato governista, Letizia Moratti, do PDL, recebeu 41,58% dos votos, e foi ultrapassado pelo oposicionista Pisapia Giuliano, do Partido Democrático (PD), com 48,04% dos votos.

Em seu texto, Berlusconi exaltou a história milanesa, que em sua visão tem sido a "capital mais importante da Europa pela inteligência, a criatividade e o empreendedorismo". Caso a esquerda vença as eleições, observou, a cidade corre o risco de se tornar "desordenada, caótica e insegura".

Ele ainda atestou que, "graças a Moratti, as taxas e tarifas para os serviços públicos [em Milão] são os mais baixos na Itália". "Devemos votar para defender os nossos interesses, os nossos direitos e a nossa liberdade por uma Milão mais bela", acrescentou.

O premiê deveria comparecer hoje à audiência judicial em Milão referente ao caso Mills. Ele é acusado de subornar um advogado para prestar falso testemunho em um processo anterior.

A audiência acabou não ocorrendo, uma vez que a testemunha convocada, o armador italiano Diego Attanasio, não compareceu. Ele e seu médico alegaram motivos de doença, o que o obrigou a permanecer na Namíbia, onde mora atualmente.

Attanasio é uma das testemunhas-chave no processo. Segundo a defesa do advogado inglês David Mills, os 600 mil dólares da suposta propina recebidos do primeiro-ministro teriam sido, na realidade, pagos pelo armador quando ele era seu cliente. Porém, Attanasio desmentiu essa versão quando testemunhou no julgamento de Mills.

Com a indecisão da data para a nova convocação da testemunha, a audiência foi interrompida e será retomada às 14h30 locais (9h30 no horário de Brasília).

Fonte Opera Mundi

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